Novas Regras da UE para o CBD: O Que Muda para os Consumidores em 2025?

O panorama legal do CBD na Europa está a evoluir rapidamente, e uma decisão histórica do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) em 2020 continua a moldar o mercado hoje. Se é consumidor de CBD, é importante entender estas mudanças e o que significam para a segurança e disponibilidade dos produtos.

O Marco de 2020: O CBD Não é um Narcótico
A mudança mais significativa veio do processo Kanavape (C-663/18). O TJUE decidiu que:

  1. O CBD não é um narcótico. O tribunal considerou que não há provas de que o CBD tenha quaisquer efeitos psicotrópicos ou de dependência semelhantes aos do THC.

  2. O CBD derivado da totalidade da planta de cannabis (incluindo cânhamo) pode ser considerado um alimento e não está sujeito às leis de drogas.

  3. O princípio da livre circulação de mercadorias aplica-se. Um país membro não pode proibir a venda de CBD legalmente produzido noutro estado membro, desde que seja seguro.

Implicações para os Consumidores em 2025:

  1. Maior Segurança e Qualidade: A decisão abriu caminho para que o CBD seja regulamentado como um alimento novo (Novel Food). Isto significa que os produtores têm de submeter dossiês extensos à EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) para provar que o seu produto é seguro para consumo. Embora este processo esteja em curso, pressiona o mercado a adotar padrões mais elevados.

  2. Mais Transparência: Com a regulação Novel Food, os consumidores podem esperar uma rotulagem mais clara, dosagens precisas e a obrigatoriedade de Certificados de Análise (COA) abrangentes.

  3. Maior Disponibilidade: O princípio da livre circulação facilita o comércio online transfronteiriço de produtos de CBD dentro da UE, dando aos consumidores acesso a uma gama mais vasta de opções.

  4. Proteção Legal: A classificação como alimento, e não como narcótico, oferece uma proteção legal muito mais clara aos consumidores que compram e utilizam produtos de CBD.

O que deve continuar a fazer?

  • Compre apenas a marcas transparentes que disponibilizam COAs e especificam o conteúdo de THC (<0.2%).

  • Esteja atento a alegações de saúde exageradas. Sob a regulação de alimentos, as marcas não podem fazer alegações médicas não aprovadas.

  • Reconheça que a implementação varia entre países. Embora a lei da UE seja superior, alguns estados-membros podem ainda ter regras nacionais mais restritivas.

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